Um advogado identificado como A. M. S, de 31 anos, foi preso em Rondonópolis (218 km de Cuiabá) acusado de manter a namorada em cárcere privado. O jurista, que é de Cuiabá, tinha um mandado de prisão em aberto pela Segunda Vara Especializada de Família da Capital. Ele ou por audiência de custódia no sábado (7) e foi liberado. 2632c
Na decisão, o juiz João Francisco Campos de Almeida, plantonista na 3ª Vara Criminal de Rondonópolis, não se convenceu de que a vítima foi mantida em cárcere privado pelas declarações prestadas no processo. O magistrado também questionou a ausência de juntada nos autos do boletim de ocorrência que teria levado à diligência.
À polícia, o advogado afirmou que convive com a suposta vítima a oito meses e negou todas as acusações. Segundo ele, os dois estavam dormindo e, quando acordaram, foram surpreendidos pelos policiais dentro da casa. A. M. S também acrescentou que, neste momento, foi possível ver o ex-marido da mulher no local por meio das câmeras de segurança.
No boletim de ocorrência, os policiais alegam que foram autorizados pelo dono da residência a entrar no local e encontraram a mulher desorientada, sem saber dizer qual era o dia da semana ou a data do mês. O suspeito, segundo os investigadores, demonstrou agitação.
"Inobstante as declarações prestadas pelos policiais civis que atenderam a ocorrência, não é possível compreender se de fato a autuada mantinha a vítima em cárcere privado, haja vista que o B.O 2023.284587 que provocou os policiais diligenciarem até a residência da suposta vítima não foi juntado aos autos e nas declarações prestadas pelos investigadores estes não narraram o do citado boletim de ocorrência que culminou a diligência, bem como também não foi juntado no feito depoimento da vítima ou informação de que tal diligência seria realizada a posteriori e motivo para não realização da oitiva da vítima ainda que posteriormente", escreveu o magistrado.
O advogado foi liberado da penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis, mas foi proibido pelo juiz de se aproximar da casa da vítima novamente.
A reportagem tentou contato com A. M. S por meio do telefone disponibilizado no boletim de ocorrência, mas não obteve retorno.
Comentários: 6c394f