Não é a primeira vez que concursos e processos seletivos organizados pela empresa Método Soluções Educacionais Ltda., em diversas prefeituras ou órgãos públicos de Mato Grosso, são alvo de denúncias de fraudes e irregularidades. 6p6n6m
Conforme levantamento realizado pelo Midiajur junto a ações na Justiça e publicações em diários oficiais, pelo menos sete provas realizadas pela Método foram questionadas e até canceladas por irregularidades em diversas etapas do certame em outros municípios.
A empresa foi alvo da Operação Ápate, que investiga fraudes na nomeação de servidores que compraram vagas pela aprovação do concurso, no final do mês ado.
Uma pesquisa pelo Diário Oficial do Estado e da Associação Mato-grossense dos Municípios mostram que a empresa realizou certames nas prefeituras de Nova Maringá, Nova Canaã do Norte, Pontal do Araguaia, Colíder, Nova Ubiratã, Sinop e Jangada nos dois últimos anos. Reportagem feita pelo Midiajur mostra que existem suspeitas de fraudes desde 2019, quando uma denúncia foi feita em Figueirópolis D'Oeste.
A compra de vagas no concurso público da Prefeitura de Mirassol D'Oeste, mediante a aprovação no certame, levantou a suspeita de outros certames realizados pela empresa e pode pôr em cheque a posse de centenas de servidores públicos.
Na Justiça, a reportagem encontrou ações do Ministério Público ou de candidatos apontando falhas ou irregularidades nos concursos das prefeituras de Nova Maringá, Nova Canaã do Norte, Pontal do Araguaia, Colíder, Nova Ubiratã, Sinop e Jangada nos dois últimos anos.
Pelo menos em uma das ações, o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) apontou que a Método levou a nomeação de candidatos que sequer faziam parte da lista de aprovados, que foram nomeados para diversos cargos públicos na Prefeitura de Porto Esperidião. A ação é de 2020.
O MPMT moveu a ação não só contra a prefeitura e a empresa, mas também contra seis candidatos nomeados pelo Executivo do município para tomar posse dos cargos.
Conforme a ação do Ministério Público, entre uma das irregularidades, os gabaritos das provas do concurso foram corrigidos de forma errada, levando a nomeação de candidatos que não faziam parte na lista de aprovação.
Também em 2020, a Prefeitura de Novo São Joaquim publicou decreto cancelando todos os atos do concurso público do município, após o MPMT também apontar irregularidades na aplicação de provas e falhas da empresa na execução do contrato.
Em 2021, um candidato para o concurso público da assistência social de Poconé conseguiu ficar no quarto lugar dos aprovados, mas teve que entrar na Justiça para garantir a posse. A Método aumentou a nota de uma das candidatas que foi chamada para tomar posse no lugar dele. Ela já havia perdido prazo para o recurso, segundo análise inicial do juiz.
Conforme relatório de investigação da Polícia Civil de Mirassol D'Oeste, a empresa atualmente é responsável por nove concursos em andamento.
São eles o 1) Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 19ª Região/MT; 2) Prefeitura Municipal de Araguaiana/MT; 3) Prefeitura Municipal de Campo Novo de Rondônia/RO; 4) Prefeitura Municipal de Nova Canaã do Norte/MT; 5) Prefeitura Municipal de Nova Maringá/MT; 6) Prefeitura Municipal de Santa Carmem/MT; 7) Prefeitura Municipal de Acorizal/MT; 8) Prefeitura Municipal de Sorriso/MT; e 9) Prefeitura Municipal de Diamantino.
Para Sorriso, o secretário de istração, Estevam Calvo, acatou uma recomendação do MPMT em rescindir o contrato com a Método para a realização do concurso público do município de 72 vagas de ensino fundamental a superior. Foram 8.377 inscritos. A prova foi realizada no dia 28 de maio.
“Lamentamos profundamente, mas diante de todos os fatos optamos pelo cancelamento do concurso. Como o processo não foi concluído, automaticamente não haverá o pagamento por parte da Prefeitura [para a empresa]", explicou.
Conforme relatório de investigação da Polícia Civil de Mirassol D'Oeste, os policiais apontam que o gabarito era levado por um intermediador da Método, o empresário Jussemar Rebuli Pinto, que nem faz parte da empresa. Ele está foragido da polícia.
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