O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado Ambiental (Gaeco Ambiental) investiga pelo menos cinco servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) por um suposto esquema de recebimento de propina para análise de licenciamentos ambientais para extração de madeira. 265vq
O inquérito, ao qual o Midiajur teve o, foi instaurado em maio pela delegada Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino com base em evidências colhidas na Operação Hamadríade, deflagrada em setembro de 2022. São investigados crimes contra a istração ambiental, crimes contra a istração pública e falsidade ideológica, supostamente cometidos pelos servidores.
"Foram identificados elementos de que, na Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SEMA, particularmente no setor de Gestão Florestal, denominado Coordenadoria de Recursos Florestais (CRF), tendo como Coordenador o nacional Victor Carneiro Pereira da Fonseca, existiria, em tese, uma organização criminosa, formada por agentes públicos, especializada, em tese, na análise tendenciosa, com inserção de informações inidôneas, atendendo interesses de terceiros, aferindo para tanto vantagem indevida, nos pareceres e vistorias de processos de licenciamento ali existentes, particularmente naqueles relacionados a Planos de Manejos Florestais", diz trecho da investigação.
A suspeitas do Gaeco Ambiental são de que, sob coordenação de Victor, os servidores Huelton Lima da Silva, Floriano da Cunha Pinheiro, Jean Paulo Bahia de Oliveira, Joelson Lucas de Alburque, e possivelmente outros, "teriam elaborado pareceres e realizado vistorias, recebendo, em tese, vantagem indevida para aprovação de acordo com o ajuste feito, normalmente com o Responsável Técnico-RT".
O elo do inquérito atual com a Operação Hamadríade foi identificado por meio de Wanderlei Batista de Brito. O engenheiro florestal é réu em ação penal derivada dessa operação e é acusado de atuar na emissão fraudulenta de créditos florestais utilizando laranjas para propriedades de empresários da família Crestani, em especial os irmãos Michel Alex e Fernando Bruno, donos das fazendas Matrinchã I e II, em Nova Bandeirantes.
O celular de Wanderlei foi apreendido e uma análise técnica do Gaeco Ambiental indica a possibilidade de pagamentos ilegais a servidores da Sema. O engenheiro é chamado pelos servidores por seu apelido, "Camisa" ou "Camisinha", o que segundo o Gaeco indica proximidade.
Os investigadores destacam uma conversa entre Wanderlei e o servidor Jean Bahia ocorrida em setembro de 2021. Segundo os investigadores, foi constatado que nesse período, Jean "tratou de pagamento de valores anteriormente acordados" com o engenheiro florestal.
"Jean se vier alguma equipe de vistoria pra cá vc por favor me avisa?", diz Wanderlei em 15 de setembro. Jean responde três minutos depois afirmando que "Huelton e Suely saem amanhã" para Sinop.
Questionada pela reportagem, a Sema, por meio da assessoria de imprensa, informou que os servidores continuam no exercício do cargo público e que "as medidas istrativas legais cabíveis, como o afastamento, serão tomadas assim que recebermos as informações necessárias que apontem a materialidade das acusações".
Além disso, a pasta destacou que não ite nenhuma ilegalidade e contribui com o fornecimento de todos os dados, informações e esclarecimentos necessários para o andamento das investigações do Gaeco.
A reportagem buscou posicionamento dos servidores citados por meio do Sindicato dos Servidores Públicos da Carreia dos Profissionais do Meio Ambiente (Sintema), cuja assessoria jurídica informou que ainda não defendia esses servidores em específico. O espaço segue aberto para manifestações
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